O governo do Estado de São Paulo lançou, na última semana, um painel interativo de monitoramento de acidentes causados por animais peçonhentos. A plataforma reúne dados atualizados por tipo de animal, município, mês e evolução clínica, além de permitir a consulta por Departamentos Regionais de Saúde (DRSs) e Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE).
Barueri registrou quase 63 acidentes em 2024, sendo a maioria com escorpiões (23 casos). Em seguida, aparecem abelhas (16), aranhas (12) e serpentes (2), entre outros. Todos os acidentes ocorreram em área urbana.
Nos cinco primeiros meses de 2025, já foram contabilizados 19 novos casos na cidade, com destaque novamente para escorpiões (7), seguidos por aranhas (6), abelhas (5) e serpentes (1). Em todo o Estado, o painel aponta 626.260 ocorrências neste ano, com predominância de casos escorpiônicos. Em 2024, o número total de óbitos foi de 365.
A Região Metropolitana de São Paulo acumula mais de 50 mil casos em 2024. Na região de Osasco, o Hospital Regional de Cotia e o Hospital Geral de Itapevi são referências para atendimento a vítimas de acidentes peçonhentos, com estruturas aptas a tratar diferentes tipos de envenenamentos, especialmente por escorpiões.
Crianças são as maiores vítimas de escorpionismo
O envenenamento por escorpiões, conhecido como escorpionismo, tornou-se um problema de saúde pública no Estado. O grupo de maior risco são as crianças de até 10 anos, que representaram 86% das mortes por picada nos últimos três anos (25 de 29 óbitos).
A Secretaria de Estado da Saúde reforça que, diante de qualquer acidente, a pessoa deve procurar atendimento médico imediatamente no posto de saúde mais próximo. Se a unidade de saúde não tiver o soro antiveneno disponível, o paciente será encaminhado a um dos 226 Pontos Estratégicos de Soro Antiveneno (PESAs) em funcionamento no Estado.

Estudo alerta para subnotificação e avanço nos próximos anos
Um estudo publicado na revista científica Frontiers in Public Health, assinado pelas pesquisadoras Eliane Arantes (USP) e Manuela Pucca (Unesp), aponta que os números oficiais podem estar subestimados. Segundo o levantamento, entre 2014 e 2023, os casos aumentaram mais de 250%, com 1.171.846 notificações. As projeções indicam que, até 2033, esse número pode saltar para 2.095.146 casos.