A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, neste domingo (20), vítima de complicações causadas por um câncer colorretal, reacende o alerta para a importância do diagnóstico precoce e da informação sobre essa doença silenciosa, mas altamente tratável quando descoberta a tempo.
Diagnosticada em 2023, Preta enfrentou o tratamento com coragem e se tornou uma importante voz de conscientização sobre o câncer colorretal. Sua partida prematura reforça a necessidade de se falar mais sobre prevenção, sintomas e cuidados com a saúde intestinal.
O câncer colorretal atinge o cólon e o reto, partes do intestino grosso responsáveis pela absorção de água e sais minerais e pela formação das fezes. Na maioria dos casos, ele se desenvolve a partir de pólipos, pequenas lesões benignas que podem crescer e se transformar em tumores malignos. Quando identificados precocemente, esses pólipos podem ser removidos antes que evoluam para o câncer, o que torna esse tipo de tumor um dos mais preveníveis.
Sintomas do câncer colorretal
Os sintomas nem sempre aparecem nas fases iniciais, o que torna o rastreio ainda mais fundamental. No entanto, sinais como alterações no hábito intestinal (diarreia ou constipação), desconforto abdominal persistente, sangramento nas fezes, perda de peso sem motivo aparente, cansaço excessivo, náuseas, dor anal ao evacuar e anemia de causa indefinida devem ser motivo de atenção. Mudanças no formato ou consistência das fezes também podem indicar que algo não está bem.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer colorretal, como a idade acima dos 50 anos, histórico familiar da doença, obesidade, sedentarismo, dieta pobre em fibras e rica em carnes processadas, além de doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Síndromes genéticas, como a polipose adenomatosa familiar (FAP) e o câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC), também elevam consideravelmente o risco.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito por meio da pesquisa de sangue oculto nas fezes, exames de imagem e, principalmente, pela colonoscopia, um procedimento que permite visualizar o interior do intestino e até remover pólipos durante o exame.
Em casos de suspeita, a biópsia do tecido é fundamental para confirmar o diagnóstico e definir o tipo de tumor.
Outros exames, como tomografia, ressonância magnética e PET-CT, podem ser indicados para avaliar a extensão da doença e planejar o tratamento adequado.
A recomendação dos especialistas é que pessoas a partir dos 50 anos façam exames preventivos regularmente, especialmente se houver histórico familiar.
Em alguns casos, o rastreamento pode começar antes, conforme orientação médica. A prevenção passa também por uma alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do peso e abandono de hábitos nocivos como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.