Iniciativas brasileiras voltadas à prevenção, cuidado e participação social no enfrentamento do diabetes foram destaque no IDF World Diabetes Congress 2025, realizado entre os dias 7 e 10 de abril em Bangkok, na Tailândia. O evento reuniu representantes de mais de 160 países e teve como foco o fortalecimento de políticas públicas, especialmente em países de baixa e média renda.
O diretor-geral do FórumCCNTs, Dr. Mark Barone, participou de sessões estratégicas e apresentou ações implementadas no Brasil que têm influenciado diretrizes nacionais e promovido a formação de lideranças em saúde. “As mudanças mais duradouras nas políticas públicas acontecem quando as vozes das pessoas diretamente afetadas estão no centro das decisões”, afirmou Barone durante o painel de encerramento do congresso. Entre as experiências compartilhadas, destacam-se o The Young Leaders in Diabetes Training (YLDT-ADJ), voltado à capacitação de jovens líderes, e o Programa de Intercâmbio entre acampamentos de diabetes na América do Sul, que já promoveu 43 intercâmbios entre sete países.
As iniciativas foram citadas como exemplos de como redes de apoio e participação ativa podem fortalecer o cuidado com o diabetes e outras condições crônicas. Na sessão “Task shifting in policy development for diabetes prevention”, Barone defendeu a valorização da experiência vivida por pessoas com diabetes como fonte legítima de conhecimento na formulação de políticas públicas, em fala acompanhada pelo Dr. Guy Fones, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo ele, a máxima “Nada sobre nós, sem nós” resume a urgência de incluir quem convive com a condição em todas as etapas do processo decisório. Dois pôsteres científicos apresentados também evidenciaram avanços recentes no Brasil, como a inclusão de distúrbios do sono como fator de risco no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para diabetes tipo 2, a articulação pelo acesso a análogos de insulina e tecnologias de monitoramento no Sistema Único de Saúde (SUS) e a incorporação de propostas populares ao Plano Nacional de Saúde 2024–2027.
O evento também celebrou os quatro anos do Global Diabetes Compact, da OMS, com debates sobre a integração entre sistemas de saúde, combate às desigualdades e temas emergentes como a correlação entre tuberculose e diabetes. Barone reforçou o papel da articulação intersetorial como pilar para transformar políticas públicas e tornar os sistemas de saúde mais acessíveis, equitativos e centrados nas pessoas.