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quarta-feira, 30 julho 2025
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Nova opção para abandonar o cigarro chega ao Brasil

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O tabagismo é responsável por cerca de 12 tipos de câncer e 161 mil mortes por ano no Brasil, e segue como um dos maiores desafios de saúde pública no país. Embora muitos fumantes queiram parar, a dependência da nicotina dificulta o abandono definitivo do cigarro. Neste cenário, o Brasil ganha uma nova opção para reforçar o combate ao vício: uma goma de mascar com nicotina aprovada pela Anvisa, que chega ao mercado com a proposta de facilitar o processo de cessação com menos efeitos colaterais e maior autonomia para o paciente.

A novidade desembarca no país em um momento estratégico, pois segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o cigarro está relacionado a mais de 20% dos casos de câncer no país e, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mais de 8 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do tabaco, sendo 1,2 milhão delas fumantes passivos. Estima-se que mais de 60% dos 1,25 bilhão de usuários de tabaco no mundo desejam parar de fumar, mas cerca de 70% não têm acesso a serviços de apoio eficazes.

Desenvolvido pela farmacêutica Farmoquímica, Fumagum é uma goma de mascar, que atua diretamente nos sintomas de abstinência, como ansiedade, irritabilidade e desejo intenso pelo cigarro. O produto oferece uma alternativa moderna à terapia de reposição de nicotina (TRN), ajudando o organismo a lidar de forma mais natural com a transição para o abandono definitivo do tabaco.

“A cada tentativa bem-sucedida de parar de fumar, temos a chance de mudar drasticamente a expectativa e a qualidade de vida de uma pessoa. As gomas de nicotina são uma ferramenta adicional, simples de usar, e que pode fazer a diferença para quem está pronto para abandonar o cigarro”, afirma a pneumologista Enedina Scuarcialupi, coordenadora da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda as gomas na diretriz para o tratamento clínico da cessação do tabagismo em adultos, o uso de produtos de TRN pode aumentar em até 60% as chances de sucesso na tentativa de parar de fumar. No Brasil, o Ministério da Saúde também recomenda gomas de nicotina como parte do protocolo para o tratamento do tabagismo. Segundo o documento oficial do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o uso da goma pode dobrar a taxa de cessação no longo prazo em comparação ao placebo. O tratamento padrão dura 12 semanas e deve ser feito com orientação profissional.

Estima-se que mais de 60% dos 1,25 bilhão de usuários de tabaco no mundo desejam parar de fumar, mas cerca de 70% não têm acesso a serviços de apoio eficazes. “É urgente ampliar as opções terapêuticas. Muitas vezes, o fumante acredita que parar de fumar é uma questão apenas de força de vontade. Mas a dependência da nicotina é uma condição clínica complexa, que exige acompanhamento profissional e, na maioria dos casos, tratamento medicamentoso e suporte psicológico”, explica a Enedina.

A especialista lembra ainda que o vício em nicotina pode se instalar ainda na adolescência. “A iniciação precoce dobra a dificuldade de abandono na vida adulta. É por isso que políticas públicas, campanhas educativas e acesso facilitado a medicamentos devem caminhar juntos”, defende.

Ao ser mastigada, a goma libera a substância que é absorvida pela mucosa bucal, atuando nos receptores de nicotina do sistema nervoso central e estimulando a liberação de dopamina — o neurotransmissor do bem-estar. “Essa liberação ajuda a reduzir os sintomas de abstinência, facilitando o processo de cessação. A absorção gradual, diferente da rápida inalação pelo cigarro, evita picos de dependência e permite uma transição mais controlada”, explica a pneumologista.

O mercado global de gomas de nicotina movimentou US$ 1,63 bilhão em 2023 e deve alcançar US$ 2,55 bilhões até 2032. No Brasil, esse segmento gerou US$ 31,8 milhões em 2023, com projeção de chegar a US$ 43,3 milhões até 2030, de acordo com dados da Research Reports World

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os ganhos para quem decide abandonar o cigarro são quase imediatos. Em 20 minutos, a pressão arterial e os batimentos cardíacos se estabilizam. Em 48 horas, o paladar e o olfato começam a melhorar. Após 12 semanas, a respiração e a circulação ficam mais eficientes. Dez anos depois, o risco de infarto e de vários tipos de câncer se aproxima ao de quem nunca fumou. “Toda tentativa de parar de fumar vale a pena. E cada nova alternativa no mercado é uma chance para salvar vidas. Precisamos desestigmatizar o uso de medicamentos e reforçar que parar de fumar não precisa ser uma jornada solitária”, conclui a especialista.

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