Os recentes acidentes envolvendo veículos de carga no Brasil, como a colisão frontal entre dois caminhões ocorrida na BR-153 no Tocantins e o tombamento de carga em Sorocaba que resultou em uma fatalidade, reacendem o debate sobre a importância da gestão preventiva de riscos em frotas corporativas.
Dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT) revelam que sinistros de trânsito em rodovias federais geraram custos de quase R$ 13 bilhões apenas em 2022, considerando despesas diretas e indiretas como interrupção operacional, processos judiciais, atendimento hospitalar e danos materiais. Esse valor não inclui os danos à imagem das empresas envolvidas.
Os múltiplos impactos dos acidentes com frotas
Além dos evidentes custos financeiros, os sinistros com veículos corporativos trazem consequências que muitas organizações subestimam, segundo Claudia de Moraes, CEO da Younder. “Quando um caminhão com marca visível se envolve em acidente grave, os danos à reputação podem ser irreparáveis, especialmente nas redes sociais, onde imagens se espalham rapidamente. Setores como logística, energia e distribuição enfrentam riscos adicionais, como contaminação ambiental no transporte de produtos perigosos ou interrupção no fornecimento de serviços essenciais”, afirma Claudia.
O aspecto humano também demanda atenção: “Acidentes frequentemente resultam em traumas psicológicos para os envolvidos, afastamentos prolongados e até mesmo ações trabalhistas. Para profissionais de ESG, esses fatores representam desafios significativos no cumprimento das metas de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa” finaliza Claudia.
Tecnologia e capacitação como pilares da prevenção
Diante desse cenário, empresas estão adotando abordagens inovadoras para gestão de riscos. “Simuladores de direção representam um avanço significativo, permitindo que motoristas vivenciem situações críticas como tombamento, falhas mecânicas ou emergências em terrenos irregulares — cenários impossíveis de reproduzir com segurança no treinamento convencional“, explica Paula Tomborelli, Diretora de Produtos da ProSimulador. “No Simulador de Direção, o condutor tem a oportunidade de vivenciar situações de perigo e condições adversas dentro de um ambiente seguro e controlado”, finaliza Paula.
Setores com operações específicas têm demandado soluções personalizadas. Empresas do ramo energético, por exemplo, precisam capacitar técnicos para dirigir em áreas remotas sem experiência prévia em veículos 4×4. “A combinação de treinamento teórico e prático com instrutores especializados reduz significativamente os sinistros nesse tipo de operação“, complementa Ellen Agostinho, executiva comercial da Younder, citando casos bem-sucedidos em grandes empresas do setor.
Uma estratégia abrangente de gerenciamento de riscos em frotas deve considerar:
- Programas contínuos de capacitação teórica e prática
- Simulação de situações de risco específicas para cada tipo de operação
- Monitoramento sistemático do comportamento dos condutores
Para profissionais de segurança e gestores de frotas, a prevenção de acidentes deixou de ser um custo operacional para se tornar investimento estratégico. Organizações que adotam essas práticas registram não apenas redução nos sinistros, mas também melhoria na eficiência do combustível, aumento da vida útil dos veículos e fortalecimento da reputação corporativa— fatores decisivos num mercado cada vez mais competitivo e consciente de suas responsabilidades sociais e ambientais.