Projetos de automação industrial têm se consolidado como instrumentos estratégicos para a redução de emissões de CO₂ em setores produtivos. Ao aplicar tecnologias como robótica, inteligência artificial e gestão automatizada de energia, indústrias do aço, cimento, automotivo e farmacêutico obtêm ganhos simultâneos de eficiência e sustentabilidade, contribuindo diretamente para metas de descarbonização global.
A automação industrial permite otimizar processos e reduzir consumo de energia fóssil. Estudos indicam que a adoção de robôs industriais diminui a intensidade de emissões de CO₂ nos produtos exportados, sobretudo em indústrias de tecnologia média, desde que combinada com políticas ambientais rígidas. No setor siderúrgico, processos automatizados modernos como o HIsarna apresentam potencial de corte de mais de 20% nas emissões de CO₂ por tonelada de ferro, chegando até a 50% com uso parcial de biomassa.
No setor de manufatura reconhecido pelo World Economic Forum, fábricas “lighthouse” usando digitalização inteligente reduziram consumo de energia em até 25% e CO₂ em igual magnitude.
Exemplos práticos na indústria
No setor automotivo, a ZF Group reduziu o consumo de energia em 28% e o desperdício de materiais em 65% após automatizar sua linha de transmissões em 2023. Toyota, Ford e BMW também relataram reduções expressivas de energia (25‑32%) e resíduos (até 80%) com linhas automatizadas.
Na indústria farmacêutica, companhias como Pfizer e Novartis implementaram sistemas automatizados de embalagem e recuperação de solventes, reduzindo energia em cerca de 30‑35% e desperdício em até 60‑70%.
Automaçãp como aliada na descarbonização nacional
No Brasil, setores pesados como o de aço e cimento respondem por cerca de 10% das emissões industriais nacionais, com o aço representando aproximadamente 40% e cimento 22% dessas emissões. A modernização do parque industrial, combinada com automação, oferece rota para modernização energética, especialmente substituindo motores antigos por sistemas controlados digitalmente e por otimização do uso energético.
Mecanismos de impacto
A automação reduz emissões por meio da precisão no uso de energia e insumos, evitando desperdício (movimentação controlada, menor retrabalho). Também por meio do monitoramento em tempo real, com ajustes automáticos conforme demanda e, por fim, através da integração com tecnologias de inteligência artificial, que melhoram produtividade e reduzem a intensidade de carbono.
“Em setores estratégicos, como aço, cimento, automotivo e farmacêutico, a automação industrial não é apenas catalisadora de eficiência, mas aliada efetiva na redução de emissões de CO₂”, afirma Alessandro Mantovani, diretor da Awaltech.
“A automação industrial promove ganhos operacionais mensuráveis e contribui diretamente para o alcance de metas de descarbonização, sendo cada vez mais essencial para decisores que buscam alinhar competitividade industrial e responsabilidade ambiental”, completa o especialista, que já atuou em diversos projetos de automação dos mais variados segmentos.
Na avaliação de Alessandro Mantovani, o direcionamento de grandes grupos empresariais e, principalmente, os resultados sugerem que a convergência entre automação, energia limpa e políticas regulatórias robustas será determinante para os próximos anos.