A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas) informam que o Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, passará a operar na Faixa 4 – Restrição a partir de 1º de outubro, o que não ocorria desde janeiro de 2022.
A medida é resultado da redução do nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, que atingiu volumes inferiores a 30% ainda em setembro, associada às chuvas abaixo da média nos últimos meses. Neste momento, o Sistema registra 29,42% de seu volume útil. Com o Cantareira em faixa de restrição, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) poderá retirar do sistema até 23 metros cúbicos por segundo (m³/s), em vez dos 27 m³/s autorizados em setembro de 2025 (Faixa 3 – Alerta).
Como medida de mitigação, a SABESP poderá utilizar, além dos 23 m³/s autorizados no Cantareira, a vazão transposta no reservatório de Jaguari, na bacia do rio Paraíba do Sul, para o reservatório de Atibainha, com a vazão total limitada ao valor outorgado de 33 m³/s.
As agências ratificam a necessidade de adoção de medidas adicionais pela Sabesp, conforme comunicado da SP Águas à Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), e demais usuários para preservar o volume de água nos reservatórios do sistema.
Gestão compartilhada
A gestão do Cantareira é realizada de forma conjunta pela ANA e pela SP Águas, que acompanham diariamente os dados de níveis, vazões e armazenamento para subsidiar decisões de operação.
A entrada na Faixa de Restrição segue critérios definidos pela Resolução Conjunta nº 925/2017, elaborada após a crise hídrica de 2014/2015. A norma estabelece limites de retirada de água de acordo com o volume acumulado no Sistema Cantareira, conferindo previsibilidade às condições operativas e maior segurança hídrica para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e para as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
Cantareira
O Sistema Cantareira abastece cerca de metade da população da Região Metropolitana de São Paulo e contribui para o atendimento dos usos múltiplos da água, com destaque para o abastecimento de Campinas, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
É composto por cinco reservatórios interligados Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro com volume útil total de 981,56 bilhões de litros. Desde 2018, conta também com a interligação entre a represa Jaguari (no rio Paraíba do Sul) e a represa Atibainha, ampliando a segurança hídrica para a Região Metropolitana de São Paulo.
Apesar de os reservatórios do Sistema Cantareira estarem localizados integralmente em território paulista, o Sistema recebe águas de uma bacia hidrográfica de gestão da União: a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A ANA e a SP Águas avaliam que as regras de operação vigentes são adequadas para a gestão dos recursos hídricos do Sistema e fazem o acompanhamento diário dos dados de níveis da água, vazão e volume armazenado, visando subsidiar a tomada de decisões.
Mais informações e dados atualizados do Sistema estão disponíveis na Sala de Situação da ANA e no Sistema de Acompanhamento de Reservatórios.