O influenciador digital Hytalo Santos e o marido dele, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, continuam presos em Carapicuíba. Eles são acusados de exploração sexual de menores e tiveram o pedido de liberdade negado pela Justiça da Paraíba.
No momento, o casal está em uma cadeia pública dentro de uma delegacia da cidade, mas deve ser levado ainda nesta segunda-feira (18) para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo. Depois, a expectativa é que sejam transferidos para a Paraíba, onde o caso está sendo investigado.
A prisão aconteceu na última sexta-feira (15), em uma casa em Carapicuíba. Segundo a polícia, eles estavam tentando fugir do Brasil, o que motivou a prisão preventiva para não atrapalhar as investigações.
No sábado (16), os dois passaram por uma audiência de custódia. A defesa entrou com pedido de habeas corpus, mas a Justiça negou. O advogado do casal, Felipe Cassimiro, criticou a decisão e disse que a prisão é “ilegal”.
A investigação revelou ainda que os pais de alguns menores recebiam uma espécie de “mesada” para permitir que os filhos morassem com Hytalo e aparecessem nos vídeos. De acordo com as denúncias, esses pagamentos variavam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês.
As apurações são conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba e pelo Ministério Público do Trabalho. Hytalo é acusado de usar crianças e adolescentes em vídeos publicados nas redes sociais. Euro também aparecia nessas gravações. Segundo a denúncia, menores que participavam dos vídeos de Hytalo também apareciam em conteúdos gravados por ele.
Com a repercussão, as redes sociais de Hytalo foram removidas pela Meta. O caso veio à tona após denúncias feitas pelo youtuber Felca, que apontou a “adultização” de crianças e adolescentes nos conteúdos. Desde então, a Justiça determinou mandados de busca e apreensão e bloqueou as contas do influenciador.
Congresso analisa projetos para proteger infância na rede
A polêmica sobre exploração e exposição de menores nas redes também chegou ao Congresso. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou para quarta-feira (20) uma sessão da comissão geral para discutir medidas que reforcem a segurança de crianças e adolescentes na internet.
“Há pautas importantes que exigem debate, negociação, tempo. Mas essa pauta não pode esperar, porque uma infância perdida não se recupera. Uma criança ferida carrega essa marca para sempre”, afirmou Motta.
Segundo ele, já existem mais de 60 projetos de lei sobre o tema tramitando na Câmara. Um grupo de trabalho formado por parlamentares e especialistas deve aprofundar a discussão nos próximos 30 dias.