Uma testemunha identificada como Alpha afirmou, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, ter ouvido o segurança Alisson Felipe Gomes Pereira da Silva dizer à vigilante Gisele de Jesus Oliveira que a morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior “iria dar pano para manga”.
Segundo o relato, a frase foi proferida nos bastidores do evento Duas Rodas, realizado no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, enquanto o caso ainda mobilizava os organizadores e a equipe de segurança em busca de Adalberto. Ambos os seguranças negam as informações.
O corpo de Adalberto foi encontrado no dia 3 de junho por um funcionário de uma obra no local, em um buraco de 2 metros de profundidade por 40 centímetros de diâmetro, na Avenida Jacinto Júlio. O empresário havia desaparecido quatro dias antes, durante a participação no evento de motocicletas.
No depoimento, Alpha relata que presenciou a conversa entre os dois seguranças e interpretou o comentário como uma avaliação precoce da gravidade do caso, indicando a percepção interna de que a morte poderia ter desdobramentos e exigiria explicações. A testemunha afirmou que a fala não foi casual, diferindo de versões apresentadas por outros funcionários de segurança.
No encerramento dos depoimentos, a esposa de Adalberto, Fernanda Grando Dandalo, relatou ter recebido informações contraditórias da organização do evento. Segundo ela, seguranças negaram inicialmente que o carro do companheiro estivesse no local, o que se mostrou falso quando o veículo foi encontrado próximo ao Portão 9. Fernanda também afirmou que um organizador disse ter acionado a Polícia Militar para rondas enquanto Adalberto ainda era considerado desaparecido, informação que ela diz ter sido desmentida ao buscar confirmação na base policial indicada.
Para a família, essas divergências reforçam a necessidade de esclarecimento completo do que ocorreu naquela madrugada.O desaparecimento de Adalberto ocorreu na noite de 30 de maio, e a descoberta do corpo levou à instauração de inquérito no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que trata a morte como homicídio. O DHPP conseguiu ainda dilatar por 60 dias o prazo para concluir a investigação.




